A Decisão!

"Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos realidade", Walt Disney

terça-feira, 31 de maio de 2011

A minha cidade.... ao longe ....

Sou uma mulher citadina...
Sempre me conheci a viver com um pé na cidade e outro pé... bem... algures em algo que com o tempo virou cidade à beira rio....

Sempre adorei a confusão da cidade... para mim Lisboa não tem nada de confuso... nem nada de betão... nem tão pouco o cinza é cor que perdure muito tempo nas ruas da cidade....

Nunca me imaginei a viver fora daqui...
Aliás... sair da famosa zona metropolitana de Lisboa sempre esteve fora de questão....

Até à recentemente....
Passei a estar cansada... passei a acordar cansada... passei a estar com um estado de espírito estafado... estranho... com vontade de me isolar da confusão... ainda mais do que eu já usualmente tinha por defeito...

Não de Lisboa em si ... Lisboa não cansa... não posso dizer isso da minha cidade... não a cidade que me viu nascer... nem sequer a cidade onde moro mas... a minha cidade... onde a minha vida ... onde o meu bem estar sempre esteve... onde sempre que tinha algum tempo livre subia e descia ... de carro claro... aquelas belas colinas e sorria ao Rio Tejo.....

Dei por mim a imaginar-me a viver fora da Big City....
Não totalmente fora... não totalmente longe .... não totalmente para o outro lado do mundo mas... dei por mim a imaginar-me como seria ter uma vida diferente da vida alfacinha....

E dei por mim a ficar com vontade...
Dei por mim... pessoa nada rural... nada campestre ... nada de natureza... aliás... sou daquelas meninas que é capaz de fugir a sete pés do bichinho mais minúsculo da terra só e apenas porque... é um bichinho ....

Dei por mim em pensar trocar o cinzento do betão pelo verde de algum campo....

Ainda não sei...
A transição é algo assustador...
A mudança também....

Mas ... por outro lado fascina... fascina o conseguir ter ao meu lado aquilo porque pago muitos fins de semana prolongados....

Não é apenas ir e voltar.... seria quase como comprar um bilhete de apenas ida...

Ainda estou naquela fase do analisar ambos os lados da balança ... o pensar ... o aproveitar e gozar a ideia ... mas... a balança está a começar a pender para o lado que ... há uns anos atrás seria impensável... seria quase uma atrocidade imaginar-me ... mas agora... com o dia-a-dia ... com o cansaço.... com o betão a acumular-se no horizonte ... com as confusões que já não são apenas de segunda a sexta.... com o acumular de uma vida de passados .... e depois de ter lido aqui o post da Blondie...

Dei por mim a imaginar-me e a sorrir ....
Dei por mim a não ficar assustada...
Dei por mim a ficar com vontade de comprar um bilhete de apenas ida ....

Engraçado... como a vida revira ao contrário e nem sequer nos damos conta do revirar.....!

Dei por mim passados alguns anos a aprender a gostar daquela zona que ... no decorrer da bendita adolescência gritava em plenos pulmões ....  iria odiar para todo o sempre ...

Enfim ...
Estou muito filosófica hoje... só pode! Deve ser do aproximar das belas férias lisboetas... da famosa semana dos feriados de Lisboa... sim ... na próxima semana vou entrar de férias e irei rumar a uma praia ... algures para sul do país...

Este ano espero que um bocadinho mais quentinho e menos invernoso que no ano passado!

:)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O presente não se detém ...

Estou cansada...
Tive uma semana a acordar de madrugada quase todos os dias .... madrugada mesmo ... e passar os dias a correr entre reuniões e sei lá o quê .... hotéis ... aeroportos... nuvens e cinzas de vulcões ...

mas ... falta-me o tempo para aqui vir e ... escrever como eu gosto ...
só me resta ... aproveitar os efémeros momentos entre o sofá ...

Hoje a passear na net encontrei um texto que não resisto em partilhar ... é um texto que apenas o li pela primeira vez hoje mas... aquela frase .... aquele parágrafo final ... sim ... diz tudo...

O presente parece que é uma brincadeira de crianças... o oscilar no limbo do passado e do futuro... o pender da balança de ambos os pratos ... uma vez mais para um lado ... outras vezes mais pesado para outro ... e por vezes é mesmo assim que me sinto... algures no meio de algo ... o pender de uma balança ...

Deixo-vos... com o O Presente não Existe, texto de Jorge Luís Borges, in 'Ensaio: O Tempo'

Não é extraordinário pensar que dos três tempos em que dividimos o tempo - o passado, o presente e o futuro -, o mais difícil, o mais inapreensível, seja o presente?

O presente é tão incompreensível como o ponto, pois, se o imaginarmos em extensão, não existe; temos que imaginar que o presente aparente viria a ser um pouco o passado e um pouco o futuro. Ou seja, sentimos a passagem do tempo.

Quando me refiro à passagem do tempo, falo de uma coisa que todos nós sentimos.

Se falo do presente, pelo contrário, estarei falando de uma entidade abstracta. O presente não é um dado imediato da consciência. Sentimo-nos deslizar pelo tempo, isto é, podemos pensar que passamos do futuro para o passado, ou do passado para o futuro, mas não há um momento em que possamos dizer ao tempo: «Detém-te! És tão belo...!», como dizia Goethe.

O presente não se detém. Não poderíamos imaginar um presente puro; seria nulo. O presente contém sempre uma partícula de passado e uma partícula de futuro, e parece que isso é necessário ao tempo.

Jorge Luís Borges, in 'Ensaio: O Tempo'

O som... 
É escolha pessoal.... e porque este som me faz retroceder para um passado ... mas lembro-me que nesse passado eu já sonhava com um futuro diferente....

Lembro-me de ouvir este som pela primeira vez e de sentir o timbre musical... e de sonhar ... de deixar os meus sonhos flutuarem e fugirem da minha mente ....

Lembro-me de sempre que precisava de sonhar .... de quando precisava de me lembrar de um futuro ainda inexistente .... de quando precisava de me esquecer de um passado que insistia em ser recorrente ... colocar este CD no carro e em particular a música 1 e me deixar levar.... de fugir para um mundo paralelo ...

Ainda hoje não sei exactamente para onde ia mas ... era sempre um local longínquo ... inacessível ... algures no Planeta Terra ....

Agora vou deitar-me no sofá e vou deixar-me levar em pensamentos ... sonhos e talvez futuros... e quem sabe.... passados e presentes....


Bom fim semana!

E vou aproveitar para tentar descansar ... e dormir ... muito!!!!!!!


:)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Já se passaram 63 072 000 segundos ….

O tempo passa muito depressa…

24 meses …. 730 dias… 17 520 horas … 1 051 200 minutos e credo… 63 072 000 segundos ….

Parece ontem….
Parece ontem que sai de casa para beber café …

Lembro-me como se fosse hoje… estava nervosa… muito nervosa mesmo ... lembro-me do sentimento porque demorei mais que o normal para escolher uma calças de ganga … uma simples camisola e claro… umas botas de camurça todas giras….!

Olhei ao espelho e sim… lembro-me e gostei do que vi….  Mas o tempo era curto…. Por opção….

Não sei exactamente o porquê … acho que talvez por receio de um sem número de razões inexplicáveis… talvez por um número ainda maior de razões bastante explicáveis e palpáveis…

Conduzir 7 quilómetros apenas… Parque das Nações … aquele local perto de casa mas longe o suficiente para não ter que ir a pé … zona de conforto claro…

Hoje a olhar para trás penso no cómico das atitudes e no caricato dos sentimentos… mas de facto há 1 051 200 minutos atrás dos sentimentos eram mesmo muito diferentes… o panorama era mais agressivo …. O olhar à volta e o sair da bolha de cristal era doloroso ….

Até o levantar da cadeira e o caminhar até à casa de banho parecia ser algo inofensivo ... mostrou-se ser algo com segundas intenções interessantes .... 

Foi difícil….
Foi um caminhar quase pantanoso … ainda hoje por vezes me sinto como um peixe fora de água … por vezes ainda penso na bela expressão de caminhar lentamente como se fosse um elefante de nenúfar em nenúfar …

Mas não me arrependo…
Lembro-me que uns dias depois a zona conforto alargou-se … jantar à beira rio…. Com muito picante à mistura … peça de teatro supostamente cómica mas… a piada foi mesmo durante a noite no Bairro Alto... depois uns dias depois Doca de Santo Amaro …  e por fim Saldanha… já não me recordo bem do distanciamento dos dias ... dos minutos e dos segundos de separação entre os locais ...

Mas sim … Já se passaram 63 072 000 segundos desde o Momento Zero ….
Muitos destes posso dizer que foram desafiantes …
Muitos foram estranhos … Mas … Se eu tiver que pensar … e escolher o segundo mais marcante sei que não escolho um dos mais tristes …nem um dos mais estranhos ... nem um dos mais complicados ...

Tenho demasiadas recordações gostosas … ternurentas … com duas patas … com 4 patas … norte do país… sul do país … centro do país… Portugal .. Espanha … para escolher … mais de 4000 kms para escolher de momentos musicais fantásticos...

Agarrar-me aqueles segundos de confronto taurino acho que não é nem o dia nem o momento …
 

Sim …

Já se passaram 63 072 000 segundos ….

E apesar de não conseguir saber quantos deles foram hilariantes … sei que … quero repetir mais 24 meses …. 730 dias… 17 520 horas … 1 051 200 minutos e credo… 63 072 000 segundos ….

Sei que quero voltar a olhar para um telescópio e  ver a Lua mesmo aqui ao lado...

Sei que quero voltar a passear à Beira Rio ... Beira Mar ... Beira Lago e ... Beira piscinas....

Enfim... olhando para trás 63 072 000 segundos parece pouco ... olhando para um relógio ... parece muito ...
Realmente ... a dimensão tempo e espaço é demasiado relativa ... tudo depende da perspectiva da vida!

Aqui fica um vídeo da Lua... muito semelhante às imagens reais que eu este fim semana vi com os meus próprios olhos... antes de ter visto estrelinhas.... porque embati na ocular do maldito telescópio....


Sim... só Eu Mesma!

:)